► Quanto tempo de planejamento do culto você tem em cada semana? Você escolhe músicas que combinam com o sermão? Esse tipo de planejamento é necessário ou o planejamento antecipado impede a liberdade do Espírito Santo no culto?
Imagine uma senhora que está preparando uma refeição para convidados especiais. Enquanto os convidados chegam para o jantar, a anfitriã diz: “Eu não gosto de passar muito tempo preparando uma refeição. Aqui estão alguns pães que sobraram, carne e vegetais. Apenas coloquem eles juntos do jeito que quiserem.” Você faria isso para convidados especiais? Claro que não! Você quer dar o seu melhor para os seus convidados.
Imagine um pastor que está levando adoração como sua oferta a Deus. Ele diz: “Não creio que eu deva passar muito tempo planejando o culto. Eu quero dar liberdade ao Espírito Santo para falar através de mim, então não planejarei nada. Eu deixo o Espírito me guiar.”
Alguns líderes acreditam que o Espírito Santo não pode agir em um sermão bem preparado ou em um culto bem preparado. A Bíblia, contudo, mostra o valor do planejamento do culto. Desde a cuidadosa preparação dos músicos para a adoração no templo até as orientações de Paulo sobre a adoração para a igreja de Corínto, a Bíblia mostra que planejar é importante para liderar no ministério. Nós não devemos trazer uma oferta que não nos custou nada. Uma vez que a adoração é o nosso sacrifício a Deus, Ele merece a nossa melhor oferta.
Nesta lição iremos olhar dois aspectos da liderança do culto. Primeiro, estudaremos a importância de planejar o culto. Depois, olharemos lideranças eficazes em cultos.
Preparando o Culto
► Leia Êxodo 28-29. Perceba a preparação cuidadosa daqueles que lideravam a adoração de Israel. Como você se prepara espiritualmente, mentalmente e emocionalmente para liderar o culto?
Preparando o Líder do Culto
Planejar e preparar o culto é importante; preparar o líder do culto é ainda mais importante. Nós não podemos levar as pessoas a um lugar onde nunca estivemos. Por causa disso, devemos preparar o nosso coração antes de tentar conduzir os outros em adoração.
Na lição 2, nós vimos os requisitos de Deus para os adoradores. Deus chama os Seus adoradores a terem mãos limpas e corações puros. Antes de começar a preparar o culto, devemos nos preparar como líderes do culto. Devemos estar espiritualmente preparados para conduzir a adoração.
[1]Comece o planejamento com oração e leitura bíblica. Passe tempo na Palavra de Deus para o seu próprio desenvolvimento espiritual. Um perigo constante para os líderes é deixar que a preparação ministerial substitua o desenvolvimento espiritual pessoal. Nós podemos estudar a Bíblia para preparar sermões e pregá-los aos outros, enquanto não deixamos a Palavra de Deus falar com as nossas necessidades espirituais.
Antes de escolher versículos e músicas que falam a Palavra de Deus para a congregação, separe um tempo para permitir que a Palavra e o Espírito de Deus falem com você individualmente. Então, quando começar a planejar o culto de domingo, peça que Deus o guie nos versículos, no tema do sermão e nas músicas que falarão com as necessidades das pessoas.
Check-up
Como você desenvolve um padrão saudável de adoração pessoal na sua vida? Quais obstáculos você enfrenta? Como você responde a esses obstáculos?
Fred Bock descreveu a preparação do pastor a quem ele servia, Lloyd John Ogilvie. O Dr. Lloyd planejava os seus sermões por um ano inteiro. Muitas vezes, um tema de sermão escolhido em janeiro se encaixava perfeitamente nas necessidades da igreja quando pregada em julho. Por quê? “Nosso Deus é o Deus de ontem, de hoje e de amanhã. Ele conhece bem as nossas necessidades antecipadamente, muito antes de nós. … E quando nós estamos preparados e organizados, isso nos torna uma ferramenta mais flexível e utilizável para o Espírito Santo.”[3] O Espírito Santo sabe quem estará no culto e Ele pode o guiar na escolha de músicas e passagens bíblicas que falarão com as necessidades dos ouvintes.
Talvez você não precise planejar um ano todo, mas preparar o culto é importante. O planejamento cuidadoso nos dá a liberdade de focarmos na adoração durante o culto, em vez de nos preocuparmos: “Qual é a próxima parte?” Quando não planejamos, tendemos a fazer o mesmo que fizemos na semana anterior. Planejar nos deixa livres para sermos criativos.
Comece com a estrutura.
A maioria de nós gosta de ordem na vida. Nós preferimos tomar café pela manhã e jantar de noite. Nós costumamos ler livros a partir do capítulo 1 até o fim, em vez de ler páginas aleatoriamente. Nenhum viajante quer entrar em um voo internacional e ouvir o piloto dizer: “Nós não decidimos a rota que faremos hoje. Vamos decolar e ver o que acontece.” Nós gostamos de estrutura.
[4]A estrutura do culto não limita a nossa liberdade de seguir o Espírito Santo quando Ele muda os nossos planos! A estrutura dá uma direção ao culto, enquanto permanece aberta para a liderança do Espírito Santo, se Ele decidir substituí-la. Na dedicação do templo, havia uma estrutura planejada, mas a presença de Deus mudou a ordem do culto (2 Crônicas 5:13-14).
No Apêndice A estão cronogramas que alguns líderes usam para planejar o culto. Você pode adaptá-los para o ajudar a organizar os seus cultos. Eles não têm formatos rígidos, mas podem prover uma estrutura adaptável para as suas necessidades.
Algumas estruturas comuns de planejamento do culto são:[5]
(1) Estrutura centrada no sermão
Proclamação da verdade: hinos, leitura bíblica, sermão.
Resposta à verdade: convite, oferta, hino de fechamento.
(2) Estrutura baseada na atitude do povo de Deus na adoração
O povo de Deus se reúne: chamado para adorar, hinos de louvor, oração.
O povo de Deus ouve a Palavra: leitura bíblica e sermão.
O povo de Deus responde à Palavra: hino para o convite, oferta.
O povo de Deus é despedido: hino de fechamento, bênção apostólica.
(3) Estrutura que mostra um diálogo entre Deus e Seu povo (baseado em Isaías 6)
Deus revela a si mesmo (versículo 1): chamado para adorar.
O povo de Deus responde com louvor e confissão (versículos 3-5): hinos e oração.
Deus fala com Seu povo (versículos 6-8): leitura bíblica e sermão.
O povo de Deus responde com comprometimento (verse 8): hino e oferta.
Deus comissiona o Seu povo (versículo 9): despedida.
(4) Estrutura baseada em Salmos 95
Entrar com alegres ações de graças (versos 1-5): chamado para adorar, hinos de louvor.
Continuar em reverente adoração (versos 6-7): hinos de consagração, oração.
Ouvir a voz de Deus (versos 7-11): leitura bíblica e sermão.
Comunique uma mensagem unificada.
A adoração fala com Deus, mas também fala com a congregação. Na adoração, nós levamos a Palavra de Deus aos adoradores. Quando planejamos um culto, é útil perguntar: “Qual mensagem Deus quer dar ao Seu povo neste culto?”
Você já foi a um culto como este?
Sequência do Culto
Tópico/Tema
Hino Congregacional 1
Os benefícios da oração
Hino Congregacional 2
Louvor a Deus
Hino Congregacional 3
Nossa esperança do céu
Hino solo/coral
Convite ao Espírito Santo na nossa vida
Sermão
“Chamado de Jonas Para Ir a Nínive” –
o desafio do evangelismo
Hino Congregacional 4
Louvor a Deus
Qual mensagem permanecerá com os adoradores? Eles cantaram sobre oração, louvor a Deus, céu e Espírito Santo, e depois ouviram um sermão sobre um assunto completamente diferente. Durante a semana seguinte, as pessoas irão lembrar do desafio do evangelismo? Talvez, mas a estrutura do culto não reforçou esse tema.
Agora considere um culto planejado em torno do evangelismo:
Sequência do Culto
Tópico/Tema
Hino Congregacional 1
Louvor a Deus
Hino Congregacional 2
Louvor e evangelismo
Hino Congregacional 3
Resumo da nossa mensagem evangelística
Hino Congregacional 4
A necessidade do evangelismo
Sermão
“Chamado de Jonas Para Ir a Nínive” –
o desafio do evangelismo
Hino solo/coral
Uma comissão ao evangelismo
Hino Congregacional 5
Uma resposta à comissão
Uma vez que os líderes planejaram o culto para que comunique um tema, será mais provável que as pessoas escutem a voz de Deus ao longo da semana, lembrando sobre o chamado ao evangelismo. Quando passarem por pessoas cujas vidas estão vazias, talvez se lembrem da letra daquela canção que fala sobre como as pessoas precisam do Senhor. Enquanto estiverem trabalhando na terça-feira, talvez se alegrem, pois Jesus salva e se lembrem de que, visto que Jesus nos salvou, nós devemos compartilhar essa alegria com os outros.
Deus pode agir em um culto que não tem um tema central? Claro! Porém, nós ajudamos a igreja a focar na mensagem ao separarmos tempo para planejar com atenção. Isso é sempre necessário? Não. Algumas vezes, o culto terá múltiplos temas que Deus usa para falar com várias necessidades da congregação. Nós nunca podemos cair na armadilha de pensar que Deus trabalha apenas através de um sistema. No entanto, um tema unificado frequentemente ajuda os adoradores a focarem na mensagem do culto.
Mantenha um equilíbrio nos cultos.
Todos nós temos favoritos: comidas favoritas, músicas favoritas, livros favoritos, jogos favoritos e livros da Bíblia favoritos. Ao planejar o culto, é importante que o líder inclua além de suas músicas, passagens bíblicas e temas de sermão favoritos. O culto equilibrado irá expor todo o evangelho para toda a congregação.
(1) O culto equilibrado mostra a majestade de Deus e Sua presença conosco.
Deus é um Deus exaltado, que reina sobre toda a terra; Ele também é um Deus presente que habita entre o Seu povo. Nós vemos esse equilíbrio ao longo das Escrituras.
Depois de cruzarem o Mar Vermelho, o povo de Israel cantou sobre o poder de Deus: “Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor? Quem é semelhante a ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?” Eles cantaram sobre o cuidado de Deus: “Com o teu amor conduzes o povo que resgataste; com a tua força tu o levas à tua santa habitação” (Êxodo 15:11-13).
Isaías viu o Senhor assentado num trono alto e exaltado. Ele era majestoso e estava muito acima da terra. O Senhor estava exaltado, mas Ele falou pessoalmente com Isaías para comissioná-lo: “Vá, e diga a este povo …” (Isaías 6:1-13).
O salmista louvou o Deus exaltado: “Senhor, Senhor nosso, como é majestoso o teu nome em toda a terra! Tu, cuja glória é cantada nos céus.” Esse Deus exaltado se inclinou para se tornar intimamente envolvido com a humanidade: “Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes?” (Salmos 8).
Na adoração, nós damos atenção à majestade de Deus e à Sua presença conosco. Quando esquecemos de Sua majestadade, Ele se torna um amigo comum que não requer mais obediência e serviço. Quando esquecemos do envolvimento próximo de Deus conosco, nós o adoramos como um Deus distante que não se importa com nossas preocupações. Ao planejarmos o culto, devemos dar atenção a ambos os aspectos do relacionamento de Deus com a humanidade. Nós devemos lembrar os adoradores do nosso temor a Deus; também devemos lembrá-los do nosso prazer em Deus. Na oração, nós louvamos a Deus pelas Suas obras poderosas; nós também levamos nossas necessidades íntimas e pessoais a Ele.
► Busque uma coleção de hinos e canções em seu idioma. Encontre um exemplo de uma música que reconhece a majestade de Deus. Encontre outra música sobre Ele estar em um relacionamento próximo conosco.
(2) O culto equilibrado é pessoal e coletivo.
O livro de Salmos tem louvores individuais e coletivos. Alguns salmos falam do “nosso” louvor; alguns salmos falam do “meu” louvor. No templo, os adoradores hebreus adoravam juntos; em casa, eles oravam individualmente. Muitas vezes, Jesus foi à sinagoga para a adoração coletiva; Ele também foi a lugares isolados para passar um tempo a sós com Seu Pai (Marcos 1:35 e Lucas 4:16). A adoração bíblica é coletiva e pessoal. No culto, devemos proporcionar oportunidades para que a congregação adore como um corpo e outras para que adore como adoradores individuais e, assim, expressem sua devoção pessoal a Deus.
Colocando em Prática
Adoração, que é tanto coletiva quando pessoal, irá afetar todas as partes do culto. Juntos nós iremos cantar canções para toda a congregação; juntos nós cantaremos canções de adoração pessoal. Nós iremos orar ao “Pai Nosso”; teremos momentos de oração em grupo, permitindo que cada membro ore com o corpo.
Mais do que em qualquer momento da história, a adoração coletiva é um desafio. Em um tempo de celulares, tablets, mensagens e acesso a internet constante, nós podemos sentar no culto e permanecermos desligados emocional e espiritualmente. O comprometimento com o culto coletivo requer que nos desliguemos das distrações e adoremos com o corpo.
► Busque uma coleção de hinos e canções em seu idioma. Encontre um exemplo de uma música cuja letra esteja escrita de uma perspectiva coletiva. Ela pode incluir pronomes como “nosso”, “nós”, “nos”, ou termos como “todas as pessoas.” Depois, encontre um exemplo de uma música cuja letra esteja escrita de uma perspectiva individual. Ela pode incluir pronomes como “meu”, “eu”, “mim.”
(3) O culto equilibrado inclui o conhecido e o novo.
Esse equilíbrio é prático em vez de teológico, mas é importante se queremos envolver ativamente a congregação na adoração. Ao planejarmos o culto, devemos equilibrar o conhecido e o novo.
Havendo muitas coisas novas, a congregação se torna observadora em vez de adoradora; não consegue participar, porque não conhece as músicas. C.S. Lewis uma vez reclamou que muitos pastores haviam esquecido que “Jesus disse a Pedro para ‘alimentar minhas ovelhas’ não ‘ensinar novos truques aos meus cachorros artistas’.” Muita novidade dificulta o foco na adoração.
Havendo muitas coisas conhecidas, a rotina se torna vazia. O culto que se torna completamente previsível faz com que a congregação perca o foco e não se engaje na adoração.
O planejamento do culto deve incluir o conhecido e o novo. Por exemplo, um líder de adoração escolheu conduzir a congregação em um hino novo sobre a expiação. O hino mostra o custo da expiação. Depois que a música foi cantada, o líder de adoração cantou uma música mais antiga e mais familiar, chamando a congregação a responder ao sacrifício de Jesus.
Um equilíbrio entre o conhecido e o novo encoraja a igreja a ser ativa na adoração.
Colocando em Prática
A adoração que equilibra o conhecido e o novo irá incluir hinos antigos e novos. Irá incluir passagens bíblicas conhecidas e menos conhecidas. Antes de ler uma passagem conhecida como João 3:1-21, em que Jesus ensina sobre o novo nascimento, nós podemos ler uma passagem menos familiar como Ezequiel 36:16-38, em que Deus promete aspergir água sobre Israel e dar ao Seu povo um novo coração. Essas duas passagens são intimamente relacionadas nesse tema. Lê-las juntas irá aprofundar o entendimento da congregação sobre o ensino de Jesus em João 3.
Se você está apresentando uma música nova, envolva a nova com músicas conhecidas. Quando começamos o louvor com uma música desconhecida, o culto começa em uma nota incerta. É sábio começar com uma música conhecida e depois apresentar a nova.
Uma igreja em Taiwan teve uma abordagem criativa para introduzir músicas. A maioria dos membros eram novos convertidos e não conheciam muitas das músicas cantadas. Essa igreja ensaiava antes do culto. Vinte minutos antes, as pessoas cantavam as músicas que cantariam depois no culto. O pianista tocava a melodia, para que todos aprendessem o ritmo. Já que era um ensaio, o líder podia parar e repetir o verso até que a congregação aprendesse bem. Às 10h, as pessoas cantavam as músicas novas com confiança.
► Busque uma coleção de hinos e canções em seu idioma. Encontre duas músicas sobre o mesmo tema ou duas músicas que têm temas que se conectam. Deve haver uma ligação clara entre as duas músicas. Uma delas deve ser bem conhecida, e a outra deve ser desconhecida. Se você tivesse que cantar essas duas músicas em um culto, qual você cantaria primeiro? Como você faria a transição para a segunda música?
Planeje com um time.
Eclesiastes dá este conselho prático: “É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas” (Eclesiastes 4:9). Planejar o culto deve ser uma atividade em grupo. Todos envolvidos na liderança do culto devem ter uma função no planejamento.
Quando o pastor, o líder de louvor e outros líderes da igreja se encontram para buscar a vontade de Deus para o culto, os dons de cada um se juntam. Ao trabalhar em equipe, os pontos fortes de cada membro da liderança da igreja contribuem no culto.
Faça um planejamento de longo prazo.
Nenhum culto único irá incluir toda a mensagem da Bíblia, mas com o tempo, nós devemos comunicar todos os aspectos do evangelho aos adoradores. Cada um de nós tem temas favoritos, mas devemos nos esforçar para pregar e cantar temas que não são os nossos favoritos.
Alguns pastores e líderes de louvor usam um calendário que organiza os temas de ensino da Bíblia em três anos.[6] Outros planejam semanalmente, mas são cuidadosos para trabalhar toda a mensagem das Escrituras durante um período de tempo.
Mesmo se você não segue um calendário de ensino, dar atenção às datas principais do ano cristão irá o guiar por aspectos importantes do evangelho. Datas importantes no ano cristão são:
Advento (quatro domingos antes do Natal): foco na primeira e segunda vinda de Cristo.
Natal: foco na encarnação e no nascimento de Cristo.
Quaresma (seis domingos antes da Páscoa): foco no sofrimento e na morte de Jesus, assim como nas demandas do discipulado de todo cristão.
Páscoa: foco na ressurreição e ascenção de Cristo.
Pentecoste: foco no Espírito Santo e na igreja.
Se você segue uma sequência formal ou planeja semanalmente, faça com que a sua congregação ouça todo o evangelho como parte da adoração.
Planeje em paz.
O culto não é sobre nós; o culto é o nosso sacrifício a Deus. O nosso planejamento é parte dessa oferta. Nós planejamos o culto sem a pressão motivada pela culpa de pensar: “Isso está bom o suficiente?” Nós adoramos um Deus de graça. Nossa oferta não é aceita por ser boa o suficiente, mas porque Deus aceita a oferta voluntária de Seus filhos.
Isso é importante para evitar a pressão de “precisar agradar a Igreja XYZ.” No mundo atual de tecnologia e multimídia, muitos líderes de igreja sentem uma pressão constante de serem tão atualizados quanto os outros. Pastores competem para ter a mais nova tecnologia. Os coordenadores de música competem para cantar as músicas mais atuais. Os adoradores se tornam consumidores, procurando pela igreja que oferece as mais novas atrações.
Não se renda à tentação de tentar impressionar a Deus com a sua oferta. Não permita que as ferramentas da adoração, como música e tecnologia, substituam a verdadeira adoração. Entregue a Ele o seu melhor, sabendo que o Deus da graça se alegra com o doce aroma do seu sacrifício. Dê o seu melhor e confie nEle para aceitar a sua oferta. O culto não é uma competição com as outras igrejas, mas é um presente a Deus.
[1]“A pessoa que guia outros na presença do Rei deve ter viajado pelo país do Rei e, com frequência, ter contemplado a sua face.”
[3]Lois e Fred Bock, Creating Four-Part Harmony, (Carol Stream: Hope Publishing, 1989), 43
[4]“Espontaneidade sem ordem pode se tornar caótico, e ordem sem espontaneidade pode ficar sem vida.”
- Franklin Segler e
Randall Bradley
[5]As estruturas incluídas aqui servem para todo o culto. Alguns líderes usam estruturas apenas para as músicas do culto. Eu não incluí esses, pois tendem a separar o louvor do resto do culto. Na Bíblia, todo o culto era um momento de adoração, não apenas uma música especial isolada do sermão.
► Qual é o papel da igreja no culto? Qual é o papel dos líderes? Qual é o papel de Deus?
Muitas pessoas veem o culto como um concerto. A congregação ouve enquanto o pastor e os músicos se apresentam. O santuário é uma sala de teatro.
Barry Liesch descreveu esta visão de culto como um jogo de futebol:[1]
Os líderes de adoração são os jogadores, os que adoram.
A congregação é a audiência nas arquibancadas assistindo ao jogo.
Deus é o treinador que fala aos líderes o que devem fazer.
A figura bíblica do culto é muito diferente. Na adoração bíblica, a congregação adora enquanto os líderes agem como treinadores, os quais guiam a adoração:
O líder de adoração é o treinador que guia a congregação.
Os adoradores são os jogadores, os quais adoram.
Deus é a audiência que recebe a nossa adoração.
Em uma peça teatral, você nunca vê o diretor. Ele sabe todas as falas e o momento de entrada de cada ator. Se fizer bem o seu trabalho, a audiência não o perceberá. Esse é o papel dos líderes de adoração. O nosso trabalho não é adorar para as pessoas; nosso trabalho é guiar a congregação na adoração. A congregação adora com o pastor e o líder de louvor na presença de Deus. Nosso objetivo no culto é agradar a Deus. No modelo bíblico de adoração, Deus é a audiência da nossa adoração.
No entanto, Deus é mais do que uma audiência; Deus empodera tudo que fazemos no culto; o líder de adoração é mais do que um treinador ou diretor, porque também é um adorador. O culto envolve múltiplos relacionamentos:
Deus convida os adoradores, recebe adoração e guia os líderes enquanto ministram à congregação.
Os líderes de adoração guiam a congregação na adoração, ouvem a voz de Deus e participam como adoradores.
A congregação oferece adoração a Deus, ouve a Sua Palavra e falam uns aos outros na adoração.
1. Cante músicas que as pessoas conheçam ou possam aprender facilmente. Cante em tons fáceis. Escolha novas músicas com moderação.
2. Cante e celebre o poder, a glória e a salvação de Deus. Sirva a sua igreja. Encha-os com a Palavra de Deus. Não cante músicas cujas letras são ruins ou teologicamente fracas.
3. Deixe o ambiente iluminado. Não fale muito. Não deixe que enfeites/luzes/visual se tornem a sua exposição de criatividade retirando a centalidade do evangelho.
4. Adapte a sua forma de liderar o culto e as músicas que escolhe para falar com a maior parte da congregação. Pastoreie.
5. Aponte para Jesus. Não chame atenção para você mesmo.
Qualidades do Líder de Louvor
Independentemente do seu título, sendo líder de louvor, você serve em um papel de pastoreio. Se você é pastor, já compreende isso. Se você é um líder de outra área, deve entender que seu papel o coloca em uma posição de liderança espiritual.
Ao escolhermos um líder de louvor, devemos considerar as qualificações espirituais, não apenas a técnica musical ou as qualidades pessoais. Quando os apóstolos escolheram os diáconos para cuidar das viúvas gregas, procuraram por homens com boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria (Atos 6:3). Qualificações éticas, espirituais e morais são de grande importância.
Em algumas igrejas, a escolha de líderes de louvor, músicos e outros líderes é baseada na popularidade. Se os diáconos que arrumam a mesa são escolhidos pelas qualificações espirituais, certamente os líderes de louvor devem ser escolhidos da mesma forma.
Se você lidera a adoração na sua igreja (como pastor, músico, ou em outra função), você deve buscar desenvolver as qualidades de um líder eficaz.
Discernimento espiritual. “Eu estou sensível à liderança do Espírito Santo?”
Sensibilidade. “Eu estou sensível às necessidades da igreja? Eu escolho músicas e versículos que falam a elas?”
Cooperação. “Eu sirvo de forma eficiente em uma equipe? Eu coopero quando o pastor me pede para mudar a música de fechamento? Eu ajudo nas necessidades da equipe?”
Conhecimento. “Eu estou evoluíndo no meu conhecimento da Bíblia? Eu coloco a Palavra de Deus no centro da adoração?”
Sabedoria. “Eu estou crescendo em sabedoria para entender e responder a conflitos no culto? Eu me disciplino para ser rápido em ouvir e devagar em falar?” (Tiago 1:19)
Paciência. “Eu sou paciente quando a igreja é lenta em responder ao meu plano para o culto?”
Humildade. “Eu estou disposto a cantar músicas que falam com as necessidades dos membros que possuem menos instrução? Eu estou disposto a pregar de uma forma mais simples que ajudará os membros que têm menos educação? Eu lidero com humildade, ou eu me vejo superior à igreja onde Deus me colocou?” Como líder de louvor, a sua criatividade deve estar debaixo da sua responsabilidade pastoral. Sua primeira obrigação é ministrar aos outros.
Criatividade. “Eu procuro por maneiras de tornar o culto ainda mais significativo? Eu evito ficar em um padrão repetitivo que deixa todos os cultos iguais?”
Disciplina. “Eu disciplino a minha criatividade para que não haja distrações no culto? Eu evito trazer muitas novidades em cada culto, de forma que as pessoas não conseguem focar em Deus?”
Excelência. “Eu levo a minha melhor oferta a cada semana? Eu estou continuamente crescendo como líder?”[3]
Passos Práticos na Condução do Culto
O líder não pode forçar as pessoas a adorarem; no entanto, o líder pode facilitar para que a congregação consiga dar sua atenção à adoração.
Liderando pelo exemplo
Um dos privilégios de liderar o culto é a oportunidade de adorar com a congregação. O líder deve adorar enquanto leva a igreja a adorar.
Infelizmente, isso pode ser um desafio para o líder. Nós podemos ficar tão ocupados conduzindo o culto que falhamos na adoração! Se você é o líder de louvor, pode acontecer de você ficar tentando adorar enquanto pensa:
“A solista está atrasada. Espero que ela chegue em tempo de cantar a música especial!”
“As pessoas não cantaram bem o primeiro hino. Essa música é muito difícil para a nossa igreja?”
“Parece que estamos cantando muito devagar. Eu devo acelerar o próximo verso?”
Se você é o pastor, pode acontecer de você ficar tentando adorar enquanto pensa:
“Nós temos 10 pessoas a menos que na semana passada. Onde eles estão?”
“Eu devo terminar o sermão com um convite?”
“Essa música não se encaixa no meu sermão! Como posso passar de uma música sobre o céu para o meu sermão sobre o julgamento final?”
Nós não podemos permitir que os mecanismos da liderança do culto substituam a adoração na nossa vida. Enquanto conduzimos a adoração, devemos adorar. Isso inspira a congregação a adorar também. Um palestrante disse: “Como líderes do culto, nós não somos cachorros de pastoreio que beliscam os calcanhares da congregação para forçá-la a ir na direção que queremos. Nós somos adoradores que convidam a congregação a entrar conosco na presença de Deus.” A igreja não adora quando o líder diz para adorar; a igreja adora quando o líder adora. O líder lidera pelo exemplo.
Liderando com encorajamento
Suzana ficou acordada até 3 horas da manhã cuidando de um filho doente. Depois de três horas de sono, ela acordou para preparar o café da manhã e ficar pronta para o culto. Ela chegou exausta por ter dormido pouco, triste por ter repreendido seu filho fortemente quando esqueceu de guardar um brinquedo e espiritualmente fraca por ter tido pouco tempo a sós com Deus naquela semana.
O Pastor Joel quer ver mais envolvimento na adoração. Depois da primeira música, ele sobe no púlpito e diz: “O que há de errado com vocês? Nós estamos na presença de Deus. Estamos adorando o Rei, e alguns de vocês parecem preferir ficar em casa dormindo! Deveriam estar envergonhados. Vamos adorar!.”
As intenções do Pastor Joel são boas. Ele quer que sua congregação seja ativa na adoração, mas o que Suzana ouviu? “Eu sou um fracasso como mãe; fui muito dura com meu filho. Eu sou um fracasso como cristã, porque não fiz o devocional ontem. Eu sou até um fracasso por falhar na igreja; Deus está bravo, porque eu não cantei.” Ao usar a culpa como motivação, o Pastor Joel dificultou ainda mais a adoração para a Suzana.
Como líderes, nós devemos encorajar a adoração; devemos ser exemplos de adoração na nossa própria vida; nós podemos deixar os resultados com Deus. É a graça de Deus que torna a adoração possível; é a graça de Deus que empodera a verdadeira adoração; é a graça de Deus que atrai o coração do adorador.
Nós devemos encorajar a adoração com palavras positivas, e não tentar manipular os adoradores com culpa ou agitar as suas emoções artificialmente. O nosso objetivo é levar os adoradores a Deus. Ele inspira a adoração, que não depende das nossas técnicas motivacionais ou manipulações emocionais. Nós, como líderes de adoração, não precisamos fazer o trabalho de Deus!
Esta seção começou com a história de Suzana. Vamos terminar com uma história real de um líder de adoração humilde e encorajador. David tinha dificuldade em fazer com que a juventude fosse ativa na adoração. Ele via que os jovens estavam mais focados em enviar mensagens de texto do que em adorar. Alguns líderes começariam o culto assim: “Gente, nós estamos aqui para adorar. Guardem esses celulares e prestem atenção no culto. Vocês estão sendo desrespeitosos com Deus!.”
David fez algo muito diferente. Enquanto tocavam violão bem baixo, David gentilmente disse: “Enquanto entramos na presença de Deus, eu sei que você não quer distrair o seu vizinho. Vamos guardar os nossos celulares e ouvir a voz de Deus nesta manhã.” Todas as pessoas na sala guardaram o celular. David humildemente ensinou os jovens a adorar.
Conduzindo ou Manipulando?
Leia o testemunho de um líder de adoração contemporâneo:
“Quando eu era calouro, visitei uma igreja perto da minha universidade; suas… luzes e música alta [eram] divertidas. O líder tinha um cabelo estiloso, usava jeans e tinha um violão caro. No começo do culto, percebi um microfone não usado posicionado na altura da sua cintura. ‘Qual poderia ser o propósito disso?’ Fiquei pensando e depois ergui minhas mãos e comecei a cantar.
“O som era maravilhoso, a equipe de louvor era espetacular e a música havia sido cuidadosamente planejada, da primeira até a última. Quando o líder cantou as últimas palavras (‘Eu me prostro de joelhos, oferecendo tudo de mim’), ele se ajoelhou. Foi nesse momento que eu percebi o propósito daquele microfone ainda não usado. Ele estava colocado na altura perfeita, para que o líder conseguisse cantar e tocar violão de joelhos. Eu não quero julgar as intenções dessa igreja, mas eu senti como se estivesse sendo manipulado a reagir a esse momento de emoção, o qual claramente havia sido preparado antecipadamente.”[4]
Esse exemplo é da adoração contemporânea, mas também poderíamos usar exemplos da adoração tradicional. O problema da manipulação não está limitado a um estilo. Independentemente do nosso estilo musical ou das nossas intenções sinceras, nós podemos acabar tratando a congregação como uma marionete que manipulamos para ter uma resposta emocional desejada.
É errado ter emoções na adoração? Não. Nós vemos muitos exemplos bíblicos de impactos emocionais na adoração. É errado tentar inspirar uma resposta emocional? Não. A boa comunicação toca a mente e as emoções. No entanto, se não formos cuidadosos, iremos trabalhar para criar um efeito emocional particular separado da obra do Espírito Santo.
Como conseguimos diferenciar a liderança de adoração e a manipulação? A manipulação acontece quando a resposta da igreja depende da eficácia das ações do líder em vez de depender do poder do Espírito Santo. Talvez nós nunca consigamos distinguir perfeitamente entre conduzir e manipular, mas há alguns sinais que indicam que podemos estar cruzando a linha.
1. Nós estamos em perigo de manipular a adoração quando confundimos emoção com adoração. Nós começamos a sentir que criar uma resposta emocional é nossa responsabilidade. Alguns líderes até já disseram: “Finja até que se torne real. Finja a emoção até que o povo a sinta verdadeiramente.” Isso faz parecer que o nosso trabalho é usar a emoção para criar adoração. O líderes do culto conduzem a adoração; nós não a criamos.
2. Nós estamos em perigo de manipular a adoração quando presumimos que um estado de alta emoção é necessário para a mudança no coração. Deus pode agir em um culto cheio de emoção, mas também pode agir em momentos de silêncio em casa. Nós estamos em perigo de tentar manipular a igreja quando acreditamos que é apenas pelos nossos esforços que Deus poderá mudar o coração daqueles que servimos.
3. Nós estamos em perigo de manipular a adoração quando igualamos uma ação física específica à adoração. Às vezes, o líder quer que o povo responda, então diz: “Se você ama Jesus, você irá levantar as mãos.” Obviamente, é totalmente possível que alguém na congregação que não ama Jesus verdadeiramente levante as mãos! Ou, alguém que ama Jesus não irá levantar as mãos. A adoração não é igual a uma ação física. Bater palmas enquanto cantamos não prova que estamos adorando, assim como sentar em silêncio na oração não prova que estamos orando. Apenas Deus vê o coração do adorador. “Quando os líderes de adoração têm como teste das atitudes internas as ações externas, eles pisam em terreno perigoso.”[5]
4. Nós estamos em perigo de manipular a adoração quando tentamos replicar o que Deus fez em outro momento ou lugar. Não devemos presumir que, uma vez que Deus abençoou uma canção específica semana passada, Ele irá abençoá-la nesta semana. Quando Deus age, Ele age do Seu jeito. Os líderes de adoração devem deixar Deus livre para vir como Ele quiser. Não há uma receita mágica que cria a mesma resposta espiritual em todas as situações.
5. Nós estamos em perigo de manipular a adoração quando medimos o nosso ministério pela nossa habilidade de receber uma resposta do povo. Qualquer palestrante ou músico ama receber uma resposta da audiência; isso é normal. Mas quando medimos a efetividade do nosso ministério por essas reações, corremos o perigo de dependermos de nossa habilidade, em vez de depender do Espírito Santo.
Esse tópico é difícil. Muitas vezes, as mesmas palavras ditas em duas situações diferentes representam motivações muito diferentes. Por um lado, se formos descuidados, pode ser que comecemos a manipular a adoração. Por outro lado, se tivermos muito medo das emoções, pode ser que não consigamos liderar!
Por causa disso, devemos ser lentos para julgar a liderança de alguém, mas rápidos para avaliar a nossa própria liderança. Nós devemos pedir que Deus nos mostre as nossas motivações na nossa liderança. Devemos ser cuidadosos para conduzir a adoração, e não manipular os adoradores a darem a resposta que desejamos.
Perguntas Práticas
Como nós começamos o culto?
Um exemplo ruim:
O culto começa às 10:00. O pastor está tentando encontrar o líder de louvor; três moças estão compartilhando uma receita; quatro homens estão falando sobre a falta de chuva para a plantação. Como saímos de todas essas atividades e entramos na adoração?
Uma das responsabilidades importantes do líder é a abertura do culto. Como chamamos o povo de Deus a entrar na presença dEle?
Algumas igrejas começam com um momento de silêncio. O líder simplesmente diz: “Vamos fazer um momento de oração silenciosa enquanto entramos na presença de Deus.”
Algumas igrejas começam com músicas de “chamamento à adoração.” Isso pode ser cantado por um coral ou por um indivíduo, ou pode ser um coro cantado pela congregação. Em algumas igrejas, o pastor vai para a frente e começa a cantar um coro como este: “Entrarei em seus portões com ações de graças em meu coração ….”
Algumas igrejas começam com um versículo bíblico, frequentemente retirado do livro de Salmos.
Venham! Cantemos ao Senhor com alegria! Aclamemos a Rocha da nossa salvação. Vamos à presença dele com ações de graças; vamos aclamá-lo com cânticos de louvor (Salmos 95:1-2)
Os salmos que convidam os adoradores a entrarem na presença de Deus são: Salmos 15, Salmos 66:1-4, Salmos 96:1-4, Salmos 100, Salmos 105:1-3, Salmos 107:1-3, Salmos 149:1-2 e Salmos 150.
Os anúncios fazem parte da adoração?
Um pastor espanhol perguntou: “Onde os anúncios se encaixam no culto? Nós tentamos focar na adoração e na presença de Deus na nossa igreja. Nós temos um culto maravilhoso e terminamos com uma longa lista de tediosos anúncios. Isso afeta o espírito do culto. O que devemos fazer para os anúncios serem parte da adoração?”
Independentemente de onde colocamos os anúncios, eles podem atrapalhar o culto. Raramente eles fazem parte da adoração; na verdade, eles a interrompem. O que você pode fazer? Não há uma resposta perfeita, mas algumas sugestões podem ajudar:
Quando possível, tenha os anúncios impressos, em vez de falar sobre eles no púlpito. Quando você precisar fazer os anúncios publicamente, faça isso rapidamente.
Use o projetor para mostrar os anúncios antes de começar o culto.
Algumas igrejas fazem os anúncios, têm um tempo de oração, e então começam o culto. Há uma igreja que começa o culto às 10:00. Essa igreja dá os anúncios às 9:50. O pastor diz: “Isso gera duas coisas. Primeiro, encoraja as pessoas a chegarem cedo, pois não ouvirão os anúncios depois das 9:50. Segundo, isso nos permite focar totalmente na adoração desde as primeiras palavras do culto.”
Não deixe que os anúncios interrompam o espírito da adoração. Portanto, veja os anúncios como parte da realização do ministério da igreja. Faça os anúncios e siga em frente. Quando nós reconhecemos que as atividades da igreja (grupos de oração, projetos sociais, eventos evangelísticos e outros projetos) fazem parte da adoração, os anúncios dessas atividades se tornam parte da adoração da igreja. Assim como um pai pode terminar o devocional da família lembrando sobre os planos da semana, o pastor pode terminar o culto lembrando a família da fé sobre suas atividades semanais. Os anúncios das atividades da igreja nos lembram de que somos uma família; a comunhão da família é um aspecto importante da adoração.
[1]Barry Liesch, The New Worship, 2nd edition (Grand Rapids: Baker Books, 2001), 123
[2]Adaptado de Jamie Brown, “Are We Headed For A Crash? Reflections on the Current State of Evangelical Worship.” Disponível em: https://worthilymagnify.com/2014/05/19/crash/ 22 de julho de 2020.
[3]A qualidade da excelência não significa que apenas líderes profissionalmente capacitados podem conduzir o culto. Harold Best define excelência como “o processo de me tornar melhor do que eu era”. Visto que a adoração é a nossa oferta a Deus, nós continuamente buscamos nos tornar melhores do que éramos. Harold Best, Music through the Eyes of Faith (San Francisco: Harper Books, 1993), 108
[5]Warren Wiersbe, Real Worship (Grand Rapids: Baker Books, 2000), 215
Perigos na Adoração: “Nós fazemos isso porque…”
Uma mulher recém casada estava cozinhando um pernil de porco para o jantar de domingo. Antes de colocá-lo no forno, ela cuidadosamente cortou uma ponta do pernil e a colocou em uma panela menor. Seu marido perguntou: “Por que você fez isso?”
“É assim que você deve cozinhar o pernil. Minha mãe sempre corta uma ponta antes de assá-lo. Eu acho que isso ajuda no sabor.” A jovem mulher começou a pensar: “Por que cortar uma ponta do pernil ajuda no sabor?” Ela ligou para a sua mãe e perguntou: “Por que você corta uma ponta do pernil?”
Sua mãe disse: “Porque sua avó, minha mãe, sempre corta uma ponta antes de assar. Isso deve ajudar no sabor. Vamos perguntar a ela.”
A jovem mulher ligou para sua avó idosa. A avó não cozinhava mais, mas ela respondeu à pergunta. “Sim, eu lembro o porquê de cortar a ponta do pernil. Quando o seu avô e eu casamos, não tinhamos dinheiro para ter várias panelas. A minha única assadeira era pequena. O pernil não cabia ali, exceto se eu cortasse a ponta!.”
Por 50 anos, a filha da senhora, e depois a sua neta, seguiram com uma “tradição”, a qual não tinha significado. Elas nunca se perguntaram “Por que?”
Como líderes, às vezes fazemos coisas sem pensar “Por que?”
Razões pelas quais a igreja faz algumas coisas de certa forma:
1. As igrejas faziam isso no passado. Há valor na tradição. Se as igrejas no passado faziam algo, não devemos descartá-las sem perguntar antes: “Por que eles faziam isso?” Nós podemos encontrar boas razões para preservar a tradição; mas se “as igrejas faziam isso no passado” é a única razão, isso pode não ser suficiente.
2. Grandes igrejas fazem isso. Há valor em aprender com os outros. Se uma prática funciona em outras igrejas, nós devemos perguntar: “Essa prática seria um benefício para nós? Por que eles fazem isso?” Nós podemos encontrar uma boa razão de copiar uma prática; mas se “grandes igrejas fazem isso” é a única razão, isso não nos ajudará na nossa situação.
3. As pessoas gostam disso. Há valor no culto que encoraja a participação das pessoas. Não há nada na Bíblia que diga: “O culto deve ser entediante!.” Podemos ver que a música favorita dos nossos membros é verdadeira e fala de adoração. Se for assim, será maravilhoso; mas se as pessoas gostam de uma música que ensina doutrinas falsas, não devemos cantá-la.
4. Isso nos permite adorar a Deus em espírito e em verdade. Essa é a principal razão para o que fazemos. Ao planejar e conduzir o culto, devemos perguntar: “Essa música nos ajuda a melhor adorarmos a Deus? Essa ordem no culto nos leva à presença de Deus? Fazer o convite será a melhor forma de obter uma resposta a esse sermão, ou devemos terminar com um louvor? Como adoraremos a Deus em espírito e em verdade nesta semana?”
Conclusão: Quando Falhamos no Culto
A igreja cantou o primeiro hino sem entusiasmo. O coral havia ensaiado, mas cantaram mal naquela manhã. A solista esqueceu a letra; o pianista tocou as notas erradas; o sermão do pastor não parecia se conectar com as pessoas: o culto foi um desastre. Isso já aconteceu com você? O que você faz quando falha na condução do culto?
(1) Lembre-se, todo culto é um ensaio.
Nosso culto é um ensaio do culto celestial. Somos pessoas imperfeitas, e nossa adoração será imperfeita. “Nós somos chamados a dar a nossa melhor adoração, não a oferecer perfeição.”[1]
(2) A próxima semana está chegando.
Não renuncie na segunda-feira. Espere até terça-feira para analisar o culto. Aprenda com as falhas e siga em frente. No culto descrito acima, o primeiro hino era desconhecido da congregação. O líder pensava que os membros conheciam o hino, mas não conheciam. Ele anotou em seu hinário: “Ensinar este hino ao coral antes da igreja cantá-lo novamente.” Aprenda com seus erros, busque a ajuda de Deus e deixe que Ele trabalhe através de você no próximo domingo.
(3) Lembre-se, adoração é sobre graça.
Muitos líderes são perfeccionistas; nós nunca estamos satisfeitos. Adoração não é sobre perfeição; adoração é sobre graça. Deus trabalha até mesmo através das nossas falhas em atingir os Seus objetivos. É assim que deve ser! Quando percebemos que é Deus que empodera a adoração, somos levados a um lugar de humildade e submissão.
(4) Se tivermos dado o nosso melhor, não teremos falhado.
Naquele domingo, o líder saiu da igreja desencorajado. Enquanto saía do templo, Timóteo o esperava. Timóteo é tímido e raramente fala, mas naquela manhã ele disse: “Vocês tocaram ‘Jesus me ama’ no momento da oferta” (sim, o líder de louvor sabia o que ele tinha tocado – ele tinha errado inclusive!). Mas Timóteo continuou: “Eu precisava ouvir essa música. Essa semana o médico me disse que eu tenho câncer; eu precisava me lembrar de que Jesus me ama.”
Se nós tivermos dado o nosso melhor, não teremos falhado. Deus age através dos nossos esforços falíveis para falar a Sua Palavra àqueles que servimos.
► Discussão em grupo. Veja a “Lição 8 em Revisão.” Há algum ponto em que você discorda? Quais pontos você sente que são mais importantes para o seu uso imediato?
[1]Essa citação e as sugestões desta seção são de Franklin Segler e Randall Bradley, Christian Worship (Nashville: B&H Publishing, 2006), 274-275.
A preparação para o culto começa com a preparação do líder em seu tempo com Deus.
Um padrão de planejamento ajuda na estrutura do culto.
Um tema para o culto ajuda na comunicação da mensagem central.
O equilíbrio faz com que a nossa adoração fale sobre todo o evangelho com toda a igreja.
O culto equilibrado mostra a majestade de Deus e Sua presença conosco.
O culto equilibrado é pessoal e coletivo.
O culto equilibrado inclui o conhecido e o novo.
O planejamento do culto deve incluir toda a equipe de liderança da igreja.
O planejamento do culto deve ser de longo prazo.
Nós podemos planejar sem pressão, porque o culto não é sobre nós, mas é sobre Deus.
(2) O que é importante na condução do culto?
A audiência mais importante no culto é Deus.
A igreja, os líderes e Deus interagem no culto. Os líderes não fazem uma performance para uma audiência.
O líder do culto deve adorar. Ele lidera pelo exemplo.
O líder deve encorajar, não condenar.
O líder deve conduzir, não manipular.
Os anúncios devem ser feitos da forma que irá interromper menos.
Depois de planejar o culto, devemos deixar que Deus se faça presente no nosso culto da maneira que Ele escolher.
Tarefas da Lição 8
(1) Nas lições 6 e 7, você selecionou canções e versículos sobre cinco tópicos diferentes. Planeje um culto baseado em cada um dos cinco tópicos. Seja o mais detalhista possível no planejamento de um culto completo, incluindo cânticos congregacionais, leitura bíblica, o tópico do sermão e o embasamento bíblico, assim como outros itens apropriados para o seu culto. Use um ou mais cronogramas providos no Apêndice A para este projeto.
(2) No começo da próxima lição, você fará um teste baseado nesta lição. Estude as perguntas do teste como preparação.
Teste da Lição 8
(1) Liste as duas principais partes na estrutura do culto centradas no sermão.
(2) Liste as quatro partes principais na estrutura do culto baseado nas ações do povo de Deus na adoração.
(3) Liste as três partes principais da estrutura do culto baseado no Salmo 95.
(4) Quais são as três coisas que nós devemos lembrar sobre o culto equilibrado?
(5) No modelo bíblico de culto, quem é a audiência da nossa adoração?
(6) Liste três qualidades de um líder de culto eficaz.
(7) Liste três sinais de que podemos estar manipulando o culto.
(8) Escreva o texto de 2 Crônicas 5:13-14 de memória.
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