João: Um Homem que Viu o Cumprimento do Plano de Deus
Viaje para a ilha de Patmos no Mar Egeu. Essa ilha não é um lindo Caribe ou uma Ilha do Pacífico Sul. Ela é uma prisão. Patmos é vazia e solitária. Lá, você encontrará João, o discípulo amado vivendo em exílio.
João é um homem velho. Ele serviu a Deus fielmente e foi um modelo de vida santa. Ele ministrou na igreja de Éfeso, cuidou da mãe viúva de Jesus e pregou pela Ásia menor.
Em uma idade que ele poderia desfrutar da honra de ser o último discípulo vivo de Jesus, João foi banido para a ilha de Patmos. Ele está sozinho e pode pensar que não é mais útil na obra de Deus. Mas em um domingo de manhã quase sessenta anos depois da ascensão de Jesus, João “se achou no Espírito no dia do Senhor”, quando ele ouviu uma voz como de uma trombeta.
Quando João voltou-se à voz, ele viu o Cristo a quem tinha entregado sua vida. O cabelo de Jesus era branco como lã, Seus olhos eram como fogo, Seus pés brilhavam como o bronze e Sua voz como o som de muitas águas. Sua face estava brilhando. João presenciou a “glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14).
No livro de Apocalipse, nós viajamos com João aos céus para ver o cumprimento do plano de Deus. Um povo santo irá habitar eternamente em comunhão contínua com um Deus santo.
Um Mundo Perfeito
Um Mundo Perfeito Perdido
Na lição de abertura deste curso, eu lhe pedi para imaginar o jardim do Éden nos dias da criação. Era um mundo perfeito. Flores, árvores e frutos estavam em todo lugar. Era um mundo sem pecado e seus efeitos. Era um mundo sem dor, lágrimas e morte. Mais [1]importante, era um mundo de perfeito relacionamento entre Deus e a humanidade. Nada separava o homem de seu Criador.
Infelizmente, o pecado danificou este mundo perfeito. Ervas daninhas cresceram entre as flores. Animais pacíficos se tornaram predadores perigosos. O homem enfrentou sofrimento, dor e morte. Mais importante, o perfeito relacionamento entre Deus e o homem estava danificado. Por causa do pecado, o homem foi banido do jardim do Éden e sem acesso a árvore da vida. Parecia que Satanás tinha derrotado o propósito de Deus para Seu povo.
Um Mundo Perfeito Prometido
Mas este não era o fim. Ao longo das Escrituras, Deus mostra o Seu plano de formar Seu povo assim como Ele é; Ele deseja criar um povo santo. Os profetas do Antigo Testamento disseram que, um dia, Deus irá fazer Seu povo ser santo e os levará de volta a um santo lugar. Repetidamente, João aponta para o cumprimento dessas promessas.
Ezequiel viu o dia quando Deus habitará com Seu santo povo.
Minha morada estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Então, quando o meu santuário estiver entre eles para sempre, as nações saberão que eu, o Senhor, santifico Israel (Ezequiel 37:27-28).
Deus irá santificar Israel; Ele irá santificar Seu povo. Ele habitará com o Seu povo. A promessa de Ezequiel 37:27 é cumprida em Apocalipse 21:3.
Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus.
O propósito final de Deus será cumprido quando Ele habitar entre Seu santo povo. Como Ezequiel, Zacarias previu o dia quando o propósito de Deus para Seu povo será cumprido. Deus prometeu: “Você será a minha habitação” (Zacarias 2:10-11).
Zacarias 3 descreve o plano de Deus para Seu povo. Na visão de Zacarias, o sumo sacerdote estava vestido com roupas impuras representando a impureza de Israel. Deus um dia irá limpar Seu povo; as roupas impuras de Israel serão substituídas por linho puro.
O anjo disse aos que estavam diante dele: "Tirem as roupas impuras dele". Depois disse a Josué: "Veja, eu tirei de você o seu pecado, e coloquei vestes nobres sobre você” (Zacarias 3:4).
Os últimos versículos de Zacarias contêm uma das mais gloriosas figuras do Antigo Testamento:
Naquele dia estará inscrito nas sinetas penduradas nos cavalos: "Separado para o Senhor". Os caldeirões do templo do Senhor serão tão sagrados quanto as bacias diante do altar. Cada panela de Jerusalém e de Judá será separada para o Senhor dos Exércitos, e todos os que vierem sacrificar pegarão panelas e cozinharão nelas... (Zacarias 14:20-21).
As sinetas dos cavalos estarão gravadas com as palavras do turbante do sumo sacerdote (Êxodo 28:36-38). Panelas comuns seriam tão sagradas quanto as “bacias diante do altar”. Jerusalém será o que Deus pretende que ela seja; toda a cidade será habitação de Deus.
Deus irá cumprir Seu propósito; Ele terá um povo santo vivendo em uma cidade santa. A visão de Zacarias é cumprida em Apocalipse 21 e 22. O povo de Deus viverá em Sua presença. “Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles” (Apocalipse 21:3).
Um Mundo Perfeito Restaurado
A Bíblia começa descrevendo um mundo perfeito que estava perdido por causa da queda. A Bíblia termina descrevendo um mundo perfeito que espera aqueles que permitem que Deus cumpra Seu plano em suas vidas. Uma Cidade Santa está preparada para o povo santo de Deus.
Como o jardim do Éden, a Cidade Santa é um mundo perfeito com flores, árvores e frutos deliciosos por todo o lugar. Tudo é lindo:
Então o anjo me mostrou o rio da água da vida que, claro como cristal, fluía do trono de Deus e do Cordeiro, no meio da rua principal da cidade. De cada lado do rio estava a árvore da vida, que frutifica doze vezes por ano, uma por mês. As folhas da árvore servem para a cura das nações (Apocalipse 22:1-2).
Por causa do pecado, a humanidade foi banida do jardim do Éden e da árvore da vida. No livro de Apocalipse, a árvore da vida está disponível novamente à humanidade.
Esse será um mundo sem pecado. Às vezes, os leitores ficam assustados com os capítulos do meio do livro de Apocalipse. Esses capítulos descrevem os julgamentos que cairão sobre a terra. Muitos leitores querem pular para os capítulos finais que dão uma ilustração da beleza do céu. Entretanto, não podemos ignorar o meio do livro. Para um povo santo viver em comunhão contínua com um Deus santo, o poder do pecado deve ser quebrado.
O Apocalipse mostra o ódio de Satanás pelo povo de Deus. João viu “uma besta que saía do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças” (Apocalipse 13:1). Foi-lhe “dado poder para guerrear contra os santos e vencê-los” (Apocalipse 13:7). Por um momento, parece que o mal derrota o povo de Deus. Porém, a besta será por fim, derrotada (Apocalipse 15:2). O povo de Deus será, por fim, vitorioso. O propósito de Deus será cumprido.
Ao longo da história, o povo de Deus confiou que um Deus santo fará o que é certo. A santidade de Deus deu ao salmista confiança quando ele clamou por justiça. “Tu não és um Deus que tenha prazer na injustiça; contigo o mal não pode habitar” (Salmos 5:4). No Apocalipse, João ouviu os clamores dos mártires: “Até quando, ó Soberano santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da terra e vingar o nosso sangue?” (Apocalipse 6:10).
A santidade de Deus assegura ao Seu povo que a justiça prevalecerá. João escreveu aos cristãos que sofriam debaixo da opressão de Roma. Ele prometeu que o juiz “santo e verdadeiro” da terra um dia traria justiça para Seu povo. O Apocalipse chama o povo de Deus a permanecer fiel, sabendo que um Deus santo vingará Seu povo santo. O Apocalipse olha para um tempo quando Satanás será derrotado e o povo de Deus viverá em paz.
O céu é uma cidade santa. É uma cidade sem pecado e sem os efeitos do pecado. É uma cidade sem dor, sem lágrimas, sem sofrimento e sem morte. “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou" (Apocalipse 21:4).
Mas existe algo ainda mais maravilhoso. A melhor parte do jardim do Éden era a perfeita comunhão entre Deus e o homem. Adão e Eva andaram no jardim com Deus. Eles falavam com Ele face a face. Nada separava Deus e homem. No céu, nós viveremos em perfeita comunhão com Deus. Nada irá separar um povo santo de um Deus santo.
Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: “Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus” (Apocalipse 21:3).
João descreve o céu como um lugar sem medo, dor ou morte. Tudo o que causava medo no mundo antigo (os alcances desconhecidos do mar, o perigo da noite, a ameaça de doença) não existirão. Esta paz eterna estará baseada na presença de Deus.
Já não haverá maldição nenhuma. O trono de Deus e do Cordeiro estará na cidade, e os seus servos o servirão. Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas. Não haverá mais noite. Eles não precisarão de luz de candeia, nem da luz do sol, pois o Senhor Deus os iluminará; e eles reinarão para todo o sempre (Apocalipse 22:3-5).
Pessoas santas sempre desejam ver a Deus. Moisés pediu para ver a Deus, mas não poderia olhar Sua face (Êxodo 33:18-20). Davi orou: “Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?”[2] Deus prometeu que o puro de coração “verá a Deus” (Mateus 5:8). Esta promessa é cumprida no Apocalipse. “Eles verão a sua face, e o seu nome estará em suas testas” (Apocalipse 22:4).
Dallas Willard contou sobre uma criança cuja mãe faleceu. Em uma noite, com medo e sozinho, o menino pediu para dormir no quarto de seu pai. No meio da noite, o menino acordou e perguntou ao seu pai: “O seu rosto está virado para mim?” O pai respondeu: “Sim, meu rosto está virado para você”. Isto era suficiente; a criança dormiu em paz. No céu, um povo santo verá a face de Deus. Sua face estará eternamente virada para nós; teremos paz.
O plano de Deus estará completo! O jardim do Éden estará restaurado. Um povo com corações santos e mãos santas viverá para sempre com um Deus santo. Este é o plano de Deus para o Seu povo.
[1]Uma Oração Por Santidade
“Leva-nos, Ó Senhor, no nosso último despertar, à casa e aos portões do céu, para entrar naquele portão e habitar naquela casa onde não haverá mais escuridão, mas uma luz; nenhum barulho, mas uma música; nenhum fim ou começo, mas uma eternidade na habitação da tua glória e domínio, um mundo sem fim.”
- Adaptado de
John Donne
[2]Salmos 42:2. Uma tradução alternativa desta oração diz: “Quando irei e me verei perante a face de Deus?” (ARA)
Santidade é Comunhão Contínua com Deus
João teve uma visão do plano de Deus para Seu povo. É uma visão de um povo santo vivendo em uma cidade santa. Três vezes no Apocalipse, João descreve o lugar de nossa eterna habitação como “cidade santa” (Apocalipse 21:2; 21:10; 22:9). Este é o lar de um Deus santo, anjos santos e povo santo. Esta bela cidade é um lugar de perfeita santidade. Apenas pessoas santas podem viver lá.
Apocalipse 21 dá uma bela ilustração do céu, mas também inclui este alerta:
Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte (Apocalipse 21:8).
O céu é uma cidade santa. Deus não irá permitir que o pecado destrua a pureza daquela cidade. Os antigos pregadores diziam que “o céu é um lugar santo preparado para um povo santo”. Apenas um povo santo gostaria de viver nesta cidade santa.
Uma pessoa centrada em si mesma não desfrutaria de uma cidade onde o Cordeiro de Deus é a atração principal. Uma pessoa que vive para o prazer do pecado seria infeliz em uma cidade onde tudo é puro. Uma pessoa que não ama Deus ficaria entediado em uma cidade onde a adoração a Deus é eterna. A cidade santa é projetada para um povo santo. Porque o povo de Deus é santo e puro, eles viverão com Ele para sempre nessa cidade.
A promessa de Ezequiel 40-48 é cumprida na Nova Jerusalém. Porém, o leitor logo vê a diferença entre a visão de Ezequiel e seu cumprimento no Apocalipse. Na visão de Ezequiel, o templo está no meio da cidade. Na Nova Jerusalém: “Não vi templo algum na cidade, pois o Senhor Deus todo-poderoso e o Cordeiro são o seu templo” (Apocalipse 21:22). O próprio Deus é o templo! Toda a cidade é agora “terra santa” separada para Deus e Seu povo.
A comunhão contínua que Deus e o homem tinham no jardim será restaurada. A vergonha e o medo que causaram que Adão e Eva, em pecado, se escondessem de Deus, acabaram. Nós veremos a face de Deus. Pessoas santas desfrutarão da comunhão contínua com um Deus santo.
No Antigo Testamento, Deus separou Israel como “reino de sacerdotes e uma nação santa” (Êxodo 19:6). No Apocalipse, a igreja é “reino e sacerdotes para o nosso Deus” (Apocalipse 5:10). Diferente da nação de Israel, esse reino é “uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apocalipse 7:9). A promessa de Gênesis 12:3 é cumprida em Apocalipse 7:9.
Assim como Israel poderia cumprir sua missão como um reino de sacerdotes apenas se permanecesse santo, a igreja pode cumprir sua missão apenas se for santa. O povo de Deus deve ser santo. No Antigo Testamento, os levitas se vestiam de linho branco simbolizando sua pureza. Da mesma forma, João mostra que santos devem ser puros (Apocalipse 3:4-5; 6:11; 19:8). Apenas aqueles que “lavam suas vestes” poderão entrar na cidade (Apocalipse 22:14). Um povo santo habitará em paz com um Deus santo.
Santidade na Prática: Quando Eu Não me Sinto Santo
Isto lhe soa familiar? Você ouve um sermão que lhe desafia a uma santidade mais profunda. Você ora e se compromete à uma vida santa. Pelas oito semanas seguintes, você cresce na sua vida espiritual. Você vê o fruto do Espírito aumentando em sua vida. Você encontra um amor mais profundo por Deus e pelo seu próximo.
De repente, você atinge uma barreira. Você ainda está andando com Deus; você não encontra nenhum pecado consciente em sua vida; você ama Deus e seu próximo. Porém, devido a uma doença física, estresse emocional ou até pressões do ministério, você percebe: “Não sinto que eu esteja crescendo em santidade. O que está errado?”
Como você continua na vida santa quando não se sente santo? Você desiste e diz: “Santidade é impossível”? Você volta ao altar? Como você continua a andar em santidade?
► Você já enfrentou esse desafio? Como você respondeu a ele?
“Quando eu não me sinto santo, eu devo andar pela fé.”
Na lição 2, nós vimos que santidade é “andar com Deus”. Abraão andou com Deus para um lugar que ele nunca tinha visto. Ele andou com Deus em obediência e fé. Quatro mil anos depois, soa muito animador ler sobre a fé de Abraão. Mas se coloque no lugar dele – andar dia após dia em terra acidentada. Não existe um fim à vista, e você nem sabe para onde está indo. Você acha que a cada manhã Abraão acordava animado pelo dia? Eu acho que não! Eu acredito que tiveram alguns dias em que ele dizia: “Não estou com vontade de andar hoje”. Mas Abraão continuou andando com Deus.
Nós lemos que Noé “andou com Deus” em um mundo pecaminoso. Rodeado de adoradores de ídolos pagãos e homens que constantemente inventavam novas formas de fazer o mal, (Gênesis 6:5). Noé andou com Deus. Você acha que ele, a cada manhã, acordava animado pelo dia? Eu suspeito que algumas vezes ele se sentiu exausto e desencorajado. Porém, Noé continuou andando com Deus.
Um aspecto importante para a vida de santidade é lembrar que nós fomos salvos pela graça, através da fé; fomos santificados pela graça, através da fé; continuamos a crescer em santidade pela graça, através da fé. Algumas pessoas entendem que elas são salvas pela graça através da fé. Elas até aprendem que são santificadas pela graça através da fé, mas depois caem na armadilha de acreditar que o crescimento contínuo depende de seus próprios esforços.
Existe disciplina envolvida na vida de santidade? Com certeza. Nós devemos continuar a fazer “morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês”? (Colossenses 3:5). Sim. Nós devemos continuar “avançando para as que estão adiante” e “prosseguir para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus”? (Filipenses 3:13-14). Com certeza!
Porém, você nunca deve esquecer que “fazer morrer”, “avançar para o que está adiante” e “prosseguir para o alvo” são realizados no poder de “Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele” (Filipenses 2:13). Ele é quem deu o querer (vontade); Ele é quem dá o poder (realizar). Ele está trabalhando em nós para cumprir seu propósito de nos fazer santo. Quando você não se sente santo, você descansa na graça de Deus que está diariamente lhe transformando à Sua imagem.
“Quando eu não me sinto santo, eu devo descansar em Sua santidade.”
Na lição 5, nós vimos que perfeição não é sobre performance sem falhas, mas sobre um coração que não é dividido em seu comprometimento com Deus. Na lição 7, nós aprendemos que a ordem de Jesus, “sejam perfeitos” é uma ordem a um coração de amor a Deus, sem divisões. Perfeição cristã não é sobre performance; é sobre amor.
Nós somos santos apenas porque Deus é santo. Nossa identidade está “em Cristo”. Ele nos faz santos. Uma das grandes verdades do evangelho é que nós não lutamos mais para alcançar santidade em nosso próprio poder. Nós podemos descansar em Cristo. Nossa identidade como cristãos, nossa identidade como santos, nossa identidade como povo santo está nEle.
Uma vez, Robert Coleman contou uma história sobre o que significa amar a Deus perfeitamente quando nós não podemos agir perfeitamente. Dr. Robert estava trabalhando no seu jardim em um dia quente de verão. Quando seu filhinho viu seu pai suando no sol, ele decidiu levar um copo d’água para ele. O menino pegou um copo sujo, encheu com água de uma poça no jardim e levou ao seu pai. Dr. Robert disse: “O copo estava sujo e a água estava com lama, mas a bebida estava perfeita porque veio de um coração de amor”. Essa é uma figura de nossa perfeição limitada. Nós trazemos nosso serviço quebrado e imperfeito a Deus que o aceita porque vem de um coração de amor.
Deus aceita nossos esforços falhos e os transforma em algo além de nossa imaginação – porque nossa santidade é uma mera sombra da santidade ilimitada dEle. Mesmo o nosso melhor amor é afetado pelas nossas limitações humanas. Porém, quando nós descansamos em Sua santidade, nós percebemos que obediência à Sua ordem de “sejam santos” é cumprida perfeitamente apenas através dEle. Com corações de amor não dividido, nós trazemos nosso copo de água e lama – e Ele transforma em algo puro e cristalino. Nossa santidade é aperfeiçoada na Sua santidade.
“Quando eu não me sinto santo, eu devo lembrar que eu sou parte de um povo santo.”
Um importante – mas frequentemente esquecido - tema do Apocalipse é a igreja. O livro começa com uma série de mensagens às sete igrejas. Essas mensagens mostram a importância da comunidade da igreja local dentro do grande corpo de Cristo. Porém, este não é o fim da ênfase de Apocalipse na igreja.
A comunidade de 144.000 redimidos pode ser uma representação de toda a igreja, o corpo de Cristo.[1] Posteriormente no livro, a igreja é vista como a noiva do Cordeiro (Apocalipse 19:7-8). A igreja é o ponto central do Apocalipse.
Se isto é verdade, nossa adoração e comunhão como uma igreja na terra é uma preparação para nossa adoração e comunhão como a igreja eterna. O que isso significa na nossa vida como igreja hoje?
► Se o Apocalipse é uma imagem da noiva de Cristo, como a sua descrição da igreja deveria afetar a vida na igreja? Ou perguntar de outra forma – de que maneira a sua igreja se parece com a igreja do livro de Apocalipse? Em que forma a sua igreja não se parece com a igreja do livro de Apocalipse?
Um resultado prático desta verdade é que nossa vida santa é vivida em comunhão com a igreja. No mundo moderno individualista, muitos cristãos pensam em salvação apenas em termos de uma experiência pessoal e privada.
Contudo, enquanto existem exemplos de indivíduos como Enoque andando com Deus sozinho, existem muito mais exemplos bíblicos dos filhos de Deus andando com Deus como parte de um corpo. As leis de pureza em Israel eram para o “povo de Deus”. Israel era mais do que um grupo de indivíduos; era um corpo coletivo crescendo juntos à imagem de Deus.
A igreja do Novo Testamento era mais do que um grupo de indivíduos que, por acaso, pertenciam ao mesmo “clube”. A igreja era – e é – o corpo de Cristo. Os santos do Apocalipse enfrentam o martírio como parte de um corpo. Mesmo quando morriam sozinhos, sabiam que faziam parte da igreja universal. Os santos do Apocalipse vivem vidas santas como parte de um corpo. Eles são parte de uma noiva pura. Até quando João é isolado na ilha de Patmos, ele sabe que é parte da igreja universal.
[2]É comum ouvir pessoas dizerem: “Eu amo Jesus, mas não amo a igreja”. Isto é baseado em um trágico mal entendimento sobre a igreja. Se a igreja é a noiva de Cristo, eu devo amar a igreja. (Como um marido, eu não ficarei muito feliz com uma pessoa que me diga: “Eu te amo, mas eu desprezo sua esposa”). A igreja é um corpo de crentes crescendo juntos à imagem de Deus.
Nós não fomos criados para viver sozinhos. John Wesley disse: “Toda santidade é santidade social”. Ele quis dizer que nós crescemos como parte de um corpo. Esta foi a inspiração para as bandas metodistas; elas ajudaram a inspirar crescimento aos membros.
O que isso significa para nós hoje? Pessoas santas são parte de uma igreja santa. Nós crescemos em santidade como parte de um corpo santo. Quando estou em luta, Deus traz para perto um companheiro que também busca santidade, que pode me encorajar na minha área de fraqueza. Por outro lado, quando Deus me deu ajuda em uma área, posso encorajar um irmão mais fraco. A vida santa é criada para ser vivida em uma comunidade de crentes cheios do Espírito que estão manifestando o amor de Deus no nosso mundo.
O escritor de Hebreus entendeu isto bem.
E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem que se aproxima o Dia (Hebreus 10:24-25).
Encorajando cristãos perseguidos a perseverar na fé, ele diz: “Incentivem uns aos outros” quando se encontrarem e encorajem um ao outro. Parte da função da igreja é de encorajar cada membro a um amor mais profundo e à santidade.
Quando você não se “sente santo”, permita que Deus o encoraje a um crescimento mais profundo através dos irmãos companheiros do corpo onde Ele lhe colocou. Você é parte da “igreja universal”, mas você também é parte de uma igreja local. Deus colocou você ali por uma razão. Permita que os seus companheiros lhe incentivem a um maior crescimento na vida santa.
[1]Apocalipse 7:4-8; 14:1-5. Intérpretes divergem na identidade dos 144.000. Alguns veem este número como uma conta literal de judeus convertidos antes ou durante a tribulação. Outros veem como um símbolo da igreja. Independentemente disso, eles são agora parte do Corpo de Cristo que inclui uma “grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas”. Apocalipse 7:9.
[2]“Quando alguém pensa que, para desenvolver uma vida santa, ele deve sempre estar a sós com Deus, ele não tem mais utilidade para os outros.”
- Oswald Chambers
Ela Encontrou o Segredo – Fanny Crosby
Quando Fanny Crosby[1] tinha dois meses de idade, um erro médico a deixou permanentemente cega. Alguns meses depois, seu pai faleceu. Sua mãe tinha que deixar a família sozinha por horas enquanto trabalhava como empregada doméstica. Fanny conhecia as dificuldades da vida em um mundo amaldiçoado pelo pecado.
Os hinos de Fanny Crosby testificam sobre seu comprometimento com Cristo. Ela tinha entregado totalmente sua vontade a vontade de Deus. Em uma linda frase, a Sra. Crosby orou para que a sua vontade se perdesse na vontade perfeita de Deus.
A seguir-te só,
Me consagro eu
Constrangido pelo amor
E alegre já me declaro teu
Para servir-te a ti, Senhor.[2]
Fanny Crosby entendeu que santidade é perfeito amor a Deus e perfeito amor pelo nosso próximo. Ela deu seu tempo e dinheiro para missões que ministravam aos alcóolatras e aos moradores de rua. Fanny e seu marido doaram tudo o que não era necessário para a sobrevivência deles. Ela amava Deus e amava o próximo. Dia após dia, Fanny Crosby cresceu em ser mais parecida com Jesus e em perfeito amor.
Fanny ansiava pelo dia em que a promessa “eles verão sua face” se cumpriria. Quando alguém expressava o sentimento de pena pela sua condição, Fanny Crosby respondia que ela se regozijava em sua cegueira porque, “quando eu chegar ao céu, a primeira face que alegrará minha vista será a do meu Salvador. Eu O verei face a face”.
[1](Image: "Francis Jane Crosby, 1820-1915" by W.J. Searle, retrieved from the Library of Congress Prints and Photographs Division, http://hdl.loc.gov/loc.pnp/cph.3b17084, "no known restrictions.").
Quando ao fim da carreira desta vida nos chegar,
E o mortal se revestir do imortal,
Hei de ver meu amado, meu bendito Salvador;
Seu sorriso para mim é divinal.
Ao entrar pelas portas da celeste habitação,
Onde findam os gemidos e o sofrer,
Cantarei com os salvos, a dulcíssima canção,
Mas primeiro meu Jesus eu quero ver.[1]
[1]Hino nº 438 do Hinário Adventista do Sétimo Dia
Lição 11 em Revisão
(1) Santidade é contínua comunhão com Deus.
(2) De Gênesis 3 até as epístolas, Deus promete restaurar a íntima comunhão entre Deus e o homem. Essa promessa é cumprida no Apocalipse.
(3) O livro de Apocalipse mostra um povo santo em contínua comunhão com um Deus santo.
(4) A comunhão da igreja é uma preparação para a comunhão no céu. A igreja na terra é um modelo (falível) da igreja eterna. Por esta razão, nós devemos buscar o padrão de vida na igreja aqui, baseada na unidade da igreja lá.
Tarefas da Lição
(1) Imagine que alguém lhe diga: “Eu amo Jesus, mas não a igreja”. Escreva uma carta de 1 a 2 páginas em que você mostra a esta pessoa que amar Jesus deve levar a um amor pela noiva de Jesus, a igreja. Mostre como um coração santo irá inspirar um amor pela igreja de Deus. Mostre que ser parte de uma igreja irá nos ajudar a crescer em santidade.
(2) Comece a próxima aula citando Apocalipse 21:2-3.
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